Em reunião, PSD orienta bancada a votar pela manutenção da prisão de Bacellar
O PSD reuniu sua bancada nesta quinta-feira (4) e decidiu fechar posição em defesa da manutenção da prisão do presidente da Assembleia Legislativa do Rio de Janeiro (Alerj), Rodrigo Bacellar (União), preso pela Polícia Federal nessa quarta-feira (3) por suspeita de ter vazado informações sigilosas da Operação Zargun, em que o então deputado estadual TH Joias, ligado à facção criminosa Comando Vermelho, foi preso. Outro parlamentar que se manifestou sobre a prisão de Bacellar foi o deputado Flávio Serafini (Psol), durante a sessão da Alerj desta quinta.
A decisão do PSD foi tomada em reunião comandada por Pedro Paulo, presidente estadual do partido e aliado do prefeito Eduardo Paes, pré-candidato ao governo do Estado.
Em nota oficial, o PSD ressalta que a medida visa assegurar que as investigações possam avançar.
"O PSD-RJ defende instituições fortes e blindadas contra a influência do crime organizado no Rio de Janeiro. Conforme estabelecem a Constituição Federal (art. 53, §2º) e a Constituição do Estado do Rio de Janeiro (art. 102), cabe ao plenário da Alerj deliberar sobre a manutenção da prisão de parlamentar — competência que deve ser exercida com responsabilidade e consciência de suas consequências. A gravidade dos fatos apurados pela Polícia Federal e o Supremo Tribunal Federal envolvendo o Presidente da Assembleia Legislativa do Estado do Rio de Janeiro exige máxima atenção e postura firme do Parlamento. O PSD-RJ defende a manutenção da prisão preventiva, assegurando que as investigações possam avançar com a independência e o rigor necessários — salvaguardando o direito à ampla defesa e o contraditório.", diz a nota divulgada nesta quinta.
Na sessão legislativa desta quinta, o deputado Flávio Serafini (Psol) disse que a Casa deve esperar a chegada do documento na íntegra para que possa avaliar com clareza as provas apresentadas para a prisão de Bacellar. "Evidentemente são acusações muito graves, que precisam ser provadas. Até agora a gente não teve acesso a integra do processo. O que consta na decisão, que é publica, é um teor muito menor do que já tem circulado na imprensa. Então, obviamente, uma posição final vai vir após ter todos os elementos probatórios", disse.
O parlamentar também afirmou que não vai fugir do papel de se posicionar. "O silêncio não pode camuflar a gravidade da situação. Assim como a escolha de Cláudio Castro lá atrás de dar um mandato para TH Joias e de carregá-lo para dentro do quartel general da Polícia, para formatura de novos policiais e para uma série de outras situação, não pode ser minimizada, a gente também não pode minimizar essa situação. Nunca fico feliz com a prisão de um deputado ou de um governador que eu faço oposição. Caso tenha um conjunto probatório sólido das acusações que estão sendo feitas, a gente não vai fugir do nosso papel de se posicionar com firmeza sobre a necessidade de se posicionar pela manutenção da prisão", completou.
A Alerj vai decidir nos próximos dias se mantém ou revoga a prisão de Bacellar. A Procuradoria-Geral deve emitir nesta quinta o parecer técnico que será encaminhado à Comissão de Constituição e Justiça que, por sua vez, deve se reunir em sessão extraordinária nesta sexta-feira (05) para analisar o documento e emitir um parecer antes do tema seguir ao plenário. A análise em plenário está prevista para segunda ou terça-feira da próxima semana.