Maria Laura Gomes
13/08/2025 16:44 - Atualizado em 13/08/2025 18:28
Fotos: Maria Laura Gomes
Pacientes que aguardam cirurgia bariátrica realizaram, na tarde desta quarta-feira (13), uma manifestação em frente à Prefeitura de Campos para protestar contra a suspensão dos procedimentos no Hospital Beneficência Portuguesa.
Durante o ato, o assessor do prefeito Wladimir Garotinho conversou com as manifestantes, anotou o contato de uma delas e afirmou que buscaria uma solução para o problema.
Entre as participantes estava Fernanda Gomes, de 36 anos, que aguarda a cirurgia desde 2022. Ela contou que enfrenta pressão alta, diabetes e problemas de locomoção, e lamentou a falta de comunicação sobre a interrupção. "Já assinei o termo, fiz tudo certinho, mas parou tudo. Eles nem avisaram que cortaria, colocaram na rede social que fechou tudo. Não temos nem resposta, procuramos o hospital e falaram que é por falta de verba", disse.
A psicopedagoga Joelma Alves, 46, disse que seus exames feitos em fevereiro estão prestes a vencer e criticou a ausência de explicações oficiais. "Na hora que eu ia começar o pré-operatório para assinar meu termo, parou a bariátrica. Simplesmente ninguém nos deu nenhum tipo de argumento plausível para isso. É um direito constitucional nosso. Eu preciso dessa bariátrica, assim como todo mundo aqui, é questão de saúde. A gente sabe que bariátrica no Brasil hoje não é estética. Inclusive, a sociedade brasileira de bariátrica diminuiu até a idade de pessoas para fazer bariátrica, até 14 anos. Ou seja, a bariátrica hoje salva vidas", finalizou.
Fotos: Maria Laura Gomes
Já Adriana Ribeiro da Silva, 48, relatou que estava com todo o processo concluído e prestes a ser operada quando foi surpreendida pela suspensão. Segundo ela, a frustração foi grande, e muitas pacientes acabam recuperando o peso perdido por conta da ansiedade. “É o sonho de poder andar melhor e ter qualidade de vida”, resumiu.
O ato terminou com um momento de tensão. Durante um dado momento, a Guarda Municipal chegou ao local e respondeu de forma agressiva a uma pergunta sobre a presença no protesto. Uma das participantes disse ter se sentido coagida e chegou a passar mal no local.
A Folha da Manhã entrou em contato com a Prefeitura de Campos e com o Hospital Beneficência Portuguesa e aguarda um posicionamento de ambos.