Olha só quem resolveu curtir um dia ensolarado na praia de Farol de São Thomé, em Campos: um elefante-marinho-do-Sul (Mirounga leonina). Ele foi flagrado na última segunda-feira (7) descansando em área do Parque Estadual da Lagoa do Açu, unidade de conservação situada no Norte Fluminense e administrada pelo Instituto Estadual do Ambiente (Inea).
O animal foi avistado por colaboradores do Projeto Tamar durante um monitoramento de rotina que, imediatamente, acionaram o Inea. Técnicos da pasta ambiental estiveram no local para acompanhar a avaliação do estado de saúde do animal realizado pelo Grupo de Estudos de Mamíferos Marinhos da Região dos Lagos (GMM Lagos) e pelo Instituto BW para a Conservação e Medicina da Fauna Marinha (IBW), ambos parceiros do Parque Estadual da Lagoa do Açu. Ele encontra- se bem de saúde, e apenas descansando antes de seguir viagem para o seu destino.
Animais, como esse elefante marinho, realizam extensas migrações oceânicas, podendo percorrer milhares de quilômetros em busca de alimento, como peixes e lulas, e períodos de repouso em praias costeiras. Essas longas migrações explicam por que, ocasionalmente, indivíduos dessa espécie aparecem em praias da costa brasileira, inclusive no estado do Rio de Janeiro.
Divulgação/imagem: Samir Mansur
— Embora incomum, esse fenômeno tem sido registrado com certa regularidade, sendo mais frequente nos meses de outono e inverno, quando as correntes frias e o comportamento migratório favorecem deslocamentos até latitudes mais baixas — explicou o gestor do Parque Estadual da Lagoa do Açu, Samir Mansur.
O elefante-marinho-do-sul (Mirounga leonina) é o maior representante da ordem dos pinnípedes, podendo os machos atingir até 5,8 metros de comprimento e pesar mais de 3 toneladas. Essa espécie é nativa do Hemisfério Sul, com áreas reprodutivas situadas principalmente nas ilhas subantárticas, como Geórgia do Sul, Ilhas Kerguelen e Ilhas Macquarie.