A Expo Café Varre-Sai 2025, que aconteceu no último final de semana de junho, movimentou 23 milhões de reais em negócios. O volume é 60% maior que o negociado na edição anterior e supera os 20 milhões inicialmente projetados. Segundo os organizadores, o bom resultado se refere a venda de maquinários e ferramentas para a lavoura, além de automóveis, adubos, fertilizantes, sistemas de energia solar, drones, entre outros.
“Estamos muito felizes com o resultado. São negócios que refletem o interesse dos produtores em investir. Ano que vem seremos ainda maiores porque o Alto Noroeste está em franca ascensão, especialmente na produção de cafés de alta qualidade”, comemora José Ferreira Pinto, presidente da Coopercanol, Cooperativa dos Produtores de Café do Norte Fluminense, organizadora do evento.
Durante a feira, produtores de cafés especiais puderam apresentar seus produtos nos 14 stands montados pelo Sebrae Rio. O produtor de café Fernando Pelegrini, além de expor, foi duplamente premiado na Expo. O Café Pelegrini especial ficou em segundo lugar na premiação de torra e recebeu o prêmio maior dos cup tasters - provadores oficiais de café que vieram participar do evento.
“Há dez anos a realidade aqui era outra. Mas desde que começamos a produzir cafés de alta qualidade, tudo mudou”, diz Fernando Pelegrini, cujo café premiado pelos cup tasters teve pontuação 85, numa escala definida por entidades credenciadas para isso. Cafés com pontuação igual ou superior a 80 são considerados cafés especiais, indicando alta qualidade e complexidade sensorial.
Foto: Divulgação
Desde 2014, o Sebrae Rio vem trabalhando com os produtores do Alto Noroeste Fluminense, em parceria com a Emater, Senar, sindicatos rurais e as secretarias de Agricultura de Bom Jesus do Itabapoana, Porciúncula e Varre-Sai. O objetivo é melhorar a qualidade, visando a produção de cafés classificados como gourmet, especiais e fermentados. Atualmente, mais de 40 famílias seguem as metodologias definidas no projeto e produzem grãos de alta qualidade, comercializados em mais de 30 marcas de cafés especiais da região.
Segundo José Maurício Apolônio, analista do Sebrae Rio no Noroeste Fluminense, a ideia é que os cafeicultores comecem utilizando uma pequena área da lavoura para produzir grãos de alta qualidade, que é mais trabalhoso, e ampliem à medida que percebam os benefícios.
“Apenas separando os grãos maduros já temos um produto 30% mais caro que o tradicional. Seguindo as orientações do projeto, chegamos a um café especial, que vale 70% a mais no mercado, e se o produtor montar os tonéis de forma correta, pode fermentar o grão e obter um café que é comercializado pelo triplo do valor”, afirma.