Chá de Alho e Imunidade
13/07/2025 | 07h36
O alho, muito utilizado como tempero em preparações culinárias, tem sido analisado como um alimento com funções que vão além do paladar.
Alguns compostos bioativos presentes no alho, são potentes antioxidantes e anti-inflamatórios e até mesmo com função bactericida e antiviral. 
A alicina, liberada no ato de amassar o alho cru, apresenta ação antiviral e regula processos inflamatórios.
A S-alil-cisteína por sua vez, parece melhorar a atividade imunológica nas vias respiratórias.
A alicina ainda apresenta ação vasodilatadora, ajudando a controlar a pressão arterial.
O chá de alho muito indicado pela cultura popular apresenta ação antifúngica, antibacteriana e antiviral, principalmente se consumido junto com mel e limão, comprovadas cientificamente. 
Mas a maneira certa de preparar o chá de alho não envolve fervura, pois o calor degrada muitos dos seus princípios bioativos, ao contrário do que muitos fazem:
_o alho deve ser amassado e colocado em água morna por 20 minutos e, após esse período pode-se acrescentar mel, limão, açafrão, canela, etc.
Depois de pronto deve ser consumido no mesmo dia.
Pessoas com sensibilidade gástrica devem ter cautela no consumo, assim como os que usam anticoagulantes. 
 
 
 
 
Compartilhe
Dois Alimentos Para o Coração
05/07/2025 | 10h45
Um estudo apresentado no congresso da Sociedade Americana de Nutrição, em maio deste ano, traz fortes indícios que dois alimentos são grandes amigos do coração:
Feijão e grão de bico.
A pesquisa avaliou 72 pessoas com pré-diabetes, por 12 semanas.
Observou-se uma relação direta entre o consumo dessas duas leguminosas e redução em parâmetros associados ao risco cardíaco. 
Os pesquisadores afirmam que o grão de bico reduz o colesterol de forma significativa, bem como a glicose sanguínea. Já o consumo de regular de feijão preto reduz um marcador de inflamação: a Interleucina-6. 
Uma boa notícia para nós brasileiros, que trazemos o hábito de consumo desses alimentos protetores. 

Compartilhe
Dietas Restritivas e Depressão
08/06/2025 | 09h01
Uma pesquisa publicada na BMJ Nutrition, Prevention & Health recentemente afirma que dietas com carga calórica muito baixa estão associadas à depressão.
Vinte e oito mil adultos foram avaliados na Pesquisa Nacional de Saúde e Nutrição (National Health and Nutrition Examination Survey) e os resultados sugerem que pessoas com dietas restritiva apresentaram maior tendência à depressão. Principalmente homens e pessoas com sobrepeso.
A qualidade da dieta também é impactante: indivíduos com uma alimentação com alimentos ultraprocessados, carboidratos refinados e gorduras saturadas mostraram maior tendência a estágios graves de depressão.

Entretanto, os dados deste estudo diferem de estudos anteriores, como o de Johanna Keeler na sua tese de pós-doutorado, onde dietas restritivas em calorias podem reduzir os sintomas depressivos.
A grande diferença entre os estudo parece ser que na pesquisa mais recente a dieta era feita "por conta própria", enquanto que no estudo da Dra Keeler as dietas eram monitoradas por nutricionistas.
De forma que a qualidade da dieta restritiva nos parece ser bem mais relevante do que a contagem calórica apenas.
Por incrível que possa parecer, não é raro encontrarmos dietas com baixas calorias e péssima qualidade principalmente em proteínas, ác. ômega-3, pro e pré-bióticos e com excesso de alimentos industrializados.
Compartilhe
Vitamina D e Vida longa
01/06/2025 | 06h39
O bom desempenho do sistema imune, a saúde óssea e a prevenção de inflamações são algumas das funções da Vitamina D no nosso organismo.
Recentemente, um estudo publicado por pesquisadores americanos no American Journal of Clinical Nutrition traz fortes indícios, que a suplementação dessa vitamina pode nos ajudar a viver mais e melhor.
De acordo com a pesquisa, a vitamina D pode evitar o encurtamento dos telômeros, protetores presentes nos cromossomos, que se encurtam com o envelhecimento.
Esse encurtamento é natural com a idade, mas está diretamente associado ao surgimento de doenças associadas à idade.  
O estudo foi realizado com mais de 1000 participantes e a conclusão foi que pessoas que suplementam vitamina D apresentam até 35% a menos de encurtamento dos telômeros. 
A suplementação com ácidos graxos ômega-3 não se mostrou eficaz nessa função, como se pensava. 
Mas sugerimos cautela com as dosagens, pois o excesso de vitamina D em certos suplementos pode ocasionar cálculos renais dentre outras desordens. 
Compartilhe
Carne de frango e gripe aviária
18/05/2025 | 07h33
A gripe aviária (influenza aviária, IA) entrou na pauta dos jornais em todo o país, após a identificação de casos positivos no Brasil, mas qual o risco para nós humanos?
A IA é uma infecção viral causada pelo vírus H5N1, de alta patogenicidade, ou seja, causa quadros graves e sempre que há a circulação do vírus, há o risco de contaminação em humanos.
Mas felizmente o vírus não é transmitido para nós com muita facilidade e quando ocorre, a transmissão entre as pessoas não se sustenta.
O contágio em humanos ocorre no contato com aves infectadas e partículas no ar, principalmente em granjas e criadouros (a partir de secreção das aves). 
A Organização Mundial da Saúde (OMS) recebeu desde 2003 em todo o mundo notificação de 874 infecções humanas, incluindo 458 óbitos, caracterizando alta letalidade. 
No Brasil, em 15 de maio de 2023, o Departamento de Saúde Animal da Secretaria de Defesa Agropecuária do Ministério da Agricultura e Pecuária (DSA/SDA/Mapa) notificou à Organização Mundial de Saúde Animal (OMSA) as primeiras detecções de influenza aviária em aves silvestres.
Mas não temos registro oficiais de casos em pessoas.
O período de incubação vai de 01 a 10 dias e os sintomas envolvem desde uma infecção respiratória leve até a progressão súbita para desconforto respiratório, pneumonia grave e óbito.
Alterações gastrointestinais como náusea, vômito e diarreia têm sido relatados com frequência na infecção por influenza A (H5N1).
Os sintomas iniciais são febre alta (maior ou igual a 38°C) e tosse seguida de falta de ar ou desconforto respiratório. Dor de garganta e coriza ocorrem mais raramente.

Outros sintomas como dor abdominal, sangramento do nariz e gengivas, encefalite e dor no peito também foram relatados no curso clínico de alguns pacientes.
As complicações dessa infecção incluem pneumonia grave, insuficiência respiratória, falência de múltiplos órgãos, choque séptico e infecções bacterianas e fúngicas secundárias.
Mas para tranquilizar nosso leitores, a contaminação não ocorre de forma oral alimentar, ou seja, ninguém pega gripe aviária por comer ovos e carne de frango. 
Na verdade a contaminação é como qualquer gripe: por secreções. As aves também se gripam e nesse momento o contágio pode ocorrer.
Portanto, nada de mexer em aves com sinais de febre...cambaleantes...muito menos encontradas mortas. Vale para todas as aves, seja na praia, em parques, bosques, etc.
 
 
Compartilhe
Nutrição no Autismo
04/05/2025 | 06h37
O Transtorno do Espectro Autista (TEA) apresenta características comportamentais específicas, que incluem seletividade alimentar: em alguns casos é a textura do alimento em outros o paladar, até mesmo a coloração que direciona as preferências.
A questão alimentar não afeta apenas o dia-a-dia dos familiares, como o desenvolvimento geral do indivíduo com TEA, podendo acarretar em uma dieta restrita e limitada e, consequentemente deficiências de micronutrientes, como vitamina D, ferro, zinco e ômega-3.
Essas carências podem afetar de forma negativa o aprendizado, a cognição e o comportamento desses indivíduos. 
Estratégias de introdução de alimentos como maior aporte vitamínico e proteico, redução no consumo de açúcares, que notoriamente traz agitação e risco de obesidade, evitar alimentos com estimulantes, o uso de suplementos vitamínicos, probióticos, etc, devem ser utilizadas sempre que possível.
Infelizmente a falta de nutricionistas especializados no Sistema Único de Saúde (SUS), a desinformação entre os educadores e profissionais de saúde e, o alto custo de dietas adaptadas, colabora para tornar a rotina dessas pessoas e familiares ainda mais complexa.
É imperioso que as políticas públicas abracem cada vez mais essa causa e que valorize-se a atuação multidisciplinar, com o engajamento de nutricionistas, terapeutas ocupacionais, psicólogos e educadores nas abordagens ao portador de TEA e sua família. 
Compartilhe
ANVISA Testa Creatinas
27/04/2025 | 05h02
A Agência Nacional de Vigilância Sanitária (ANVISA) liberou anteontem o resultado de testes em creatinas vendidas no Brasil.
Foram testados 41 produtos (os mais vendidos) de 29 fabricantes diferentes, tanto para a adequação do teor de creatina quanto rotulagem.
Os estados participantes incluíram o Rio de Janeiro, São Paulo, Santa Catarina, Paraná e Espírito Santo. As análises foram realizadas pelo laboratório do Instituto Nacional de Controle de Qualidade em Saúde (INCQS) da Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz).
Contrariando os resultados de análises anteriores (2022 e 2024), todos os produtos apresentaram adequação em relação à concentração de creatina e apenas pequenas falhas na rotulagem foram observadas.
Ao que parece os próprios fabricantes tem se mobilizado para corrigir as falhas antes constatadas.
A creatina é um suplemento nutricional que já foi alvo de muita controvérsia, incluindo a proibição da venda há 8 anos e muita desinformação sobre possíveis danos renais. 
Inicialmente utilizada para aumento no aporte energético na prática esportiva, tem ganhado papel variado, incluindo melhora na função cerebral.
As marcas analisadas podem ser conferidas no link abaixo. 
https://www.gov.br/anvisa/pt-br/assuntos/noticias-anvisa/2025/creatinas-anvisa-divulga-resultados-de-analise-em-suplementos
Compartilhe
Ômega-6 ativa Câncer de Mama!
13/04/2025 | 07h10
Um artigo publicado em março deste ano, traz uma relação inesperada e preocupante: ácidos graxos ômega-6 promovem o crescimento de um tipo de câncer de mama agressivo. 
Os dados são assustadores por vários motivos:
1) Esses ácidos graxos há pouco tempo eram usados como suplementos para melhora da saúde cardíaca e em dosagens altas;
2) São gorduras encontradas em vários alimentos como óleos de soja, de cártamo, dentre outros (lista abaixo com os alimentos);
3) O tipo de câncer de mama do estudo é extremamente agressivo e de tratamento difícil.
O estudo foi realizado por pesquisadores da Universidade Cornell de Medicina e publicado em nada menos do que a SCIENCE.
Para os pouco familiarizados, essa revista científica é considerada a mais renomada do mundo, ao lado da NATURE.
Os dados são realmente graves, pois os ác. ômega-6 se mostraram capazes de ativar uma via de crescimento de um câncer de mama chamado de "triplo negativo".
Esse tipo de tumor tem taxa de sobrevida de cinco anos de apenas 12%.
Para tornar a informação ainda mais séria, a via de ativação do tumor induzida pelo ômega-6 (FABP5-mTORC1) está envolvida em tumores de próstata e, de acordo com o Dr. Nikos Koundouros, outros tumores agressivos provavelmente são ativados da mesma forma.
Ou seja, suplementar ômega-6 nunca.
Alimentos com maior teor de ômega-6:
Óleos vegetais: 
Óleo de girassol
Óleo de milho
Óleo de soja
Óleo de canola
Óleo de cártamo
Óleo de gergelim
Óleo de abacate
Óleo de prímula
Óleo de semente de linhaça
Oleaginosas
Nozes
Castanha-do-pará
Avelã
Castanha de caju
Amêndoas
Sementes: de girassol, de chia, de abóbora.
Leguminosas: amendoim e manteiga de amendoim.
OBS: a presença de ômega-6 nos ovos e carnes depende muito da ração do animal.
Compartilhe
Colostro Bovino !
30/03/2025 | 06h59
googlesearch
De acordo com a pesquisadora americana Jennifer Smilowitz (universidade da Califórnia) o colostro bovino pode ser considerado o ouro líquido. 
O colostro é uma secreção de glândulas mamárias produzida logo nos primeiros dias após o nascimento da prole e é rico em nutrientes, mas vai além:
contem imunoglobulinas ou anticorpos, leucócitos, vitamina A, magnésio, cobre, zinco, que auxiliam em muito a imunidade intestinal do recém nascido, extremamente frágil nesse momento. 
Obtido de vacas leiteiras após o parto e dias seguintes, o colostro é tratado e pasteurizado para o consumo humano.
A novidade tem sido a sua ingestão por adultos, seja na forma em pó, líquida ou em cápsulas. 
O principal motivo seria a sua atuação na inflamação intestinal, que muitas pessoas apresentam.

Essa inflamação pode ser causada por doenças como reto colite ulcerativa, doença de Crohn, infecções, diarreia, HIV, quimio ou radioterapia. 
Realmente há evidências de que o colostro melhora o perfil imunológico intestinal e até mesmo a imunidade de atletas de ponta. 
Novos dados científicos estão a caminho e devemos aguardar antes de "abraçar a causa".
O preço desses suplementos é alto e não se sabe o seu real impacto na saúde humana em médio prazo. 
Como tem ocorrido em várias situações, influenciadores patrocinados pela indústria farmacêutica vem alardeando efeitos milagrosos dessa suplementação, com um número preocupante de novos adeptos.  
Tenhamos cautela e sigamos o básico que funciona:
fibras na dieta, probióticos, atividade física, evitar alimentos ultra processados e uma boa noite de sono! 
 
 
Compartilhe
Dieta Low Carb e Risco de Câncer de Cólon
11/03/2025 | 08h47
As chamadas dietas low carb (baixo carbo) são muito populares entre o público que busca redução de gordura corporal e, de forma simplista, se baseiam na redução drástica na quantidade de carboidratos consumidos diariamente. 
Em compensação o consumo de gorduras e proteínas é aumentado.
A base dessas abordagens é a redução na produção de insulina, hormônio que promove armazenamento de gordura subcutânea. Mas, embora levem à perda de gorduras, podem aumentar o risco de câncer coloretal, de acordo com uma pesquisa publicada este mês na consagrada Nature Microbiology.
No estudo, os pesquisadores relacionam uma cepa da bactéria E.coli, conjuntamente às dietas low carb, a um aumento de 15% no risco de tumores coloretais.
A referida cepa de E.coli é capaz de produzir colibactina, uma substância capaz de danificar o DNA, levando ao surgimento de tumores.
A pesquisa também associa um baixo consumo de fibras, principalmente solúveis, ao aumento na produção de colibactina. 
Segundo Bhupesh Thakur, pesquisador chefe do estudo, a adição de fibras solúveis à rotina alimentar é por enquanto a melhor opção para quem pretende prosseguir com dietas Low Carb e reduzir o risco de problemas intestinais graves.  
OBS: as fibras solúveis são as gomas, mucilagens e pectina principalmente, na presença de água formam um gel no trato digestório. 
Principais fontes alimentares: aveia, cevada, chia, linhaça, soja, maçã, limão, banana, laranja, morango, couve-flor, batata, batata-doce, cenoura, feijão, ervilha, lentilha... 
 
 
Compartilhe
Sobre o autor

Leonardo Gama

drleonardogama2014@gmail.com