Gabriel Torres
24/12/2025 14:29 - Atualizado em 24/12/2025 14:45
Sessão extraordinária aprova projeto de parcelamento de repasse ao PreviCampos
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Foto: Câmara de Campos
Com o Plenário lotado nesta quarta-feira (24), véspera de Natal, a Câmara de Campos aprovou o Projeto de Lei Complementar n° 0512/2025, que autoriza o parcelamento em sessenta vezes do repasse de R$ 13 milhões da Prefeitura ao PreviCampos. O projeto foi enviado pelo prefeito Wladimir Garotinho e a votação aconteceu sob protestos de servidores municipais.
Apesar da data, a sessão aconteceu em clima nada natalino. Assessores de vereadores e membros do Siprosep trocaram acusações e a segurança da Câmara precisou intervir retirando duas pessoas do Plenário. O presidente da Câmara, Fred Rangel, cogitou esvaziar o espaço, mas a sessão prosseguiu com a presença do público.
Com a aprovação encaminhada, houve troca de farpas entre Juninho Virgílio e Dudu Azevedo, da base do governo, e Marquinho Bacellar. Extrapolando o assunto da sessão, os vereadores discutiram sobre a prisão de Rodrigo Bacellar, presidente da Alerj afastado do cargo sob suspeita de vazar informações sobre a operação que prendeu o ex-deputado TH Jóias.
Juninho Virgílio (Podemos), líder do governo na Câmara, afirmou que os repasses ao PreviCampos precisam ser parcelados porque o município teve gastos adicionais com a saúde devido ao corte do cofinanciamento estadual, que aconteceu entre junho e julho deste ano.
"Infelizmente, este ano, por conta, e aqui me permitam falar da covardia que foi feita pelo governador em exercício na época, Rodrigo Bacellar, de cancelar o cofinanciamento da saúde no nosso município, o prefeito e o vice-prefeito tiveram que tomar algumas medidas. Diminuir a velocidade de obras, remanejar dinheiro de uma secretaria para outra, principalmente para a área da saúde. E esse aporte agora precisa ser parcelado. Mas, reforço, não traz nenhum malefício para os servidores públicos", explicou Juninho.
Realizada nesta quarta (24), véspera de Natal, sessão teve protestos
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Foto: Câmara de Campos
Marquinho Bacellar (União), líder da oposição, questionou o parcelamento do repasse e a convocação da sessão para véspera de natal. Para ele, a questão deveria ser apreciada em 2026.
"Não é favor que ele está fazendo, é um dinheiro dos aposentados que ele tem a obrigação de pagar. Ele escolheu a forma de pagar picadinho por mês, ao invés de pagar a dívida toda por inteiro, visto que a arrecadação do município está enorme, a quantidade de imposto que a gente vem pagando. O que me espanta é uma sessão assim, em cima da hora, chutada no toque de caixa no final de ano", afirmou Marquinho.
O parcelamento do repasse também foi criticado pela presidente do Siprosep, Elaine Leão.
"É importante falar que esse dinheiro já entrou na Prefeitura. Foram R$ 13 milhões que deveriam ter ido para a Previdência e não foram. E aí ele diz que foi para a saúde. Não interessa, porque nós sabemos que o dinheiro da previdência não pode ser tocado. Isso é sério, isso é grave", falou Elaine.