Taxa de Incêndio: pagar ou não pagar?
25/02/2022 | 06h59

 

 

Divulgação/CBMERJ

 

A pouco mais de duas semanas do início da cobrança, contribuintes fluminenses ainda têm dúvidas se devem ou não pagar a Taxa de Incêndio, diante de decisões recentes do Supremo Tribunal Federal (STF) contrárias à fórmula de cobrança em outros estados e da indicação da Assembleia Legislativa do Estado do Rio de Janeiro (Alerj) propondo ao Governo do Estado a extinção da taxa, alegando que seria inconstitucional.

O advogado tributarista e professor da Universidade Candido Mendes (Ucam) e do Centro Universitário Fluminense (Uniflu) Thiago José esclarece que as decisões do STF que declararam a inconstitucionalidade da taxa não tiveram repercussão geral. Portanto, os contribuintes do Rio de Janeiro devem judicializar a cobrança, seguindo a trilha do caso de Minas, já que a taxa no estado ainda não foi revogada pela Alerj.

— Em agosto de 2020, no âmbito do STF, teve uma boa decisão para os contribuintes envolvendo a taxa de incêndio de Minas Gerais. Embora a decisão se refira especificamente à legislação de Minas, as razões de decidir são perfeitamente aplicáveis à taxa do Rio. Infelizmente, o Órgão Especial do Tribunal do Rio de Janeiro, mesmo depois do caso de Minas, fixou entendimento favorável ao fisco carioca. Essa decisão do órgão especial do Rio vincula apenas o nosso tribunal. O processo a ser proposto pelo contribuinte vai passar pela 1ª instância, pelo tribunal do Rio e dessa decisão o contribuinte tem que tentar levar a matéria para o Supremo. O problema é que as custas processuais acabam, muitas vezes, sendo superiores ao valor da taxa, o que desestimula os contribuintes a proporem as ações — destacou o advogado.

Thiago exemplificou a questão das custas processuais. De acordo com ele, um pedido de restituição dos valores dos últimos cinco anos da taxa de um determinado apartamento em Campos somou R$ 560, em valores atualizados, e o cálculo das custas ficou em R$ 808.

De acordo com o advogado, a Constituição prevê que taxa só pode ser instituída e cobrada mediante a prestação de um serviço público específico e divisível, ou seja, um serviço público em que seja possível identificar a pessoa que está beneficiada. “O serviço de combate e prevenção de incêndios claramente é um serviço público universal, à disposição de qualquer cidadão, inclusive daqueles que não pagam esse tributo. É um serviço que se equipara ao serviço de segurança pública”, afirmou.

A cobrança também já foi alvo de discussões na Alerj. Em novembro de 2021, a Assembleia enviou ao governador Cláudio Castro uma indicação legislativa da deputada Adriana Balthazar propondo a extinção da taxa. Desde junho do ano passado, também tramita na Alerj um projeto de lei do deputado Rodrigo Amorim para proibir a taxa de incêndio e permitir que o contribuinte solicite o pagamento dos valores recolhidos nos últimos cinco anos. Entretanto, não há prazo para a matéria ser debatida em plenário.

— Por enquanto, apesar de inconstitucional, a taxa continua em vigor. A partir do nosso projeto aprovado, cabe agora ao governador extinguir definitivamente a cobrança. Há também uma ação judicial, requerendo que essa inconstitucionalidade seja declarada pela Justiça e que tem previsão para ser julgada no dia 7 de março — ressaltou a deputada Adriana Balthazar.

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Firjan inicia mapeamento do potencial de demanda do gás na região
29/06/2021 | 10h19
Regiões com potencial de estarem entre as mais beneficiadas pelo novo mercado do gás, o Norte e Noroeste Fluminense começam nesta semana a participar do “Mapeamento de Demanda de Gás”, projeto que a Firjan está realizando em todo o estado do Rio. Para além das termelétricas, o gás natural poderá beneficiar — com energia mais competitiva e acessível para a indústria — desde cerâmicas até panificações, alimentos e bebidas e diversos outros setores. O primeiro dos dois encontros, ambos on-line, será com o Noroeste, nesta quinta-feira (1), às 16h, e na semana que vem, dia 6, às 17h, será a vez do Norte Fluminense. O resultado do mapeamento será publicado até o fim do ano.
A ideia é identificar o potencial da demanda por gás natural, e, assim, contribuir para estruturar o mercado e chegar ao preço mais acessível possível. Qualquer empresa — de todos os tipos e tamanhos — poderá participar, uma vez que o gás natural pode ser usado em substituição a qualquer insumo, seja carvão, GLP, diesel e a própria energia elétrica, por exemplo, que no estado do Rio é uma das mais caras do país.
De acordo com a Firjan, o Norte Fluminense, pelo mercado de Petróleo e Gás, e o Noroeste Fluminense, pela proximidade, poderão estar entre os maiores beneficiados. Tanto que antes mesmo de ser sancionado em abril deste ano, o Marco Legal do Gás já começou a atrair investimentos: três multinacionais, incluindo a Petrobras, anunciaram a instalação de uma plataforma no pré-sal da Bacia de Campos, que terá gasodutos interligados ao Terminal Cabiúnas, em Macaé — a chamada Rota 5, que poderá atrair um total de 12 termelétricas e diversificar a indústria regional. Além disso, o Porto do Açu busca licenciamento ambiental para a construção de um novo gasoduto para atender a usina termelétrica GNA II.
— Queremos explicitar que realmente existe uma demanda para o gás natural, que o consumidor tem voz e que está esperando por esse insumo. Até agora, tudo que se trabalhou para a aprovação do novo marco legal é voltado para viabilizar competição no lado da oferta de gás — explica Fernando Montera, coordenador de Relacionamento de Petróleo, Gás e Naval da federação.
A Firjan afirma que vai mapear os principais compradores, ofertantes e distribuidores; o volume de demanda, preços, segmentos de consumo, novos projetos e eventuais barreiras ao seu desenvolvimento; a infraestrutura existente e a necessária; e o consumo de combustíveis substitutos. Tudo considerando horizontes de 5, 10 e 15 anos. Com a análise, a Federação busca aproximar o mercado consumidor dos fornecedores de gás.
— É uma espécie de Road Show Digital, com essa divulgação do trabalho pelo estado. Estamos em processo de esclarecer eventuais dúvidas dos empresários e realizamos constantemente reuniões com os interessados — ressalta Montera.
Os empresários interessados em participar do projeto devem mandar e-mail para a gerência de Petróleo, Gás e Naval da federação: petroleo.gas@firjan.com.br. Também é possível entrar em contato diretamente com as regionais da Firjan: no Noroeste, os contatos são rr.itaperuna@firjan.com.br ou 3811-9420; e no Norte são rr.campos@firjan.com.br ou 2748-7801.
No teste do mapeamento, a demanda atual pesquisada está em 0,68 milhão de m3/dia; o potencial é de aumentar para 1,18 milhão de m3/dia nos próximos 5 anos e para 10,5 milhões de m3/dia em 10 anos. O preço de viabilidade apontado pelos empresários foi de US$ 6 por milhão de BTU daqui a 5 anos e de US$ 5 por milhão de BTU em 10 anos.
Fonte: Firjan
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Petróleo pode gerar 26 mil empregos diretos no estado até 2024
28/09/2020 | 06h40
A retomada dos investimentos na indústria do petróleo no estado do Rio de Janeiro promete gerar milhares de empregos nos próximos anos, como aponta o Anuário do Petróleo no Rio 2020, que acaba de ser lançado pela Federação das Indústrias do Estado do Rio de Janeiro (Firjan). O levantamento destaca 200 novos poços em áreas licitadas a partir de 2017 em águas fluminenses, com investimentos de cerca de R$ 2 bilhões até 2024. Somente com a expectativa de investimentos de R$ 2 bilhões em infraestrutura e refino em Campos, cerca de 26 mil empregos diretos devem ser gerados até 2024.
O relatório aponta que para cada R$ 1 bilhão investido em empreendimentos de refino petrolífero devem ser gerados 13,4 mil empregos diretos e 879 indiretos no estado.
— O petróleo tem e terá um papel importante na retomada econômica do estado do Rio de Janeiro. O Governo do Estado tem o papel de estimular ações que possam garantir emprego e renda para a população, além do desenvolvimento econômico de nosso estado — afirmou o governador em exercício Cláudio Castro.
De acordo com o estudo da Firjan, a produção de óleo no Rio de Janeiro no ano passado cresceu, alcançando a marca de 81% da produção nacional em julho de 2020. Mesmo com a pandemia, a produção de óleo cresceu, em média, 23% no primeiro semestre de 2020, na comparação com o mesmo período de 2019. O Rio de Janeiro respondeu por 45% dos empregos na cadeia fornecedora de petróleo; e entre 2019-2020 o parque de refino fluminense ficou em 70%.
Os investimentos de R$ 2 bilhões em Campos devem gerar arrecadação de R$ 300 milhões em ICMS, a partir da internalização do Repetro Industrialização, aprovado na Assembleia Legislativa do Estado do Rio de Janeiro (Alerj).
De acordo com o estudo da Firjan, aquelas empresas que foram capazes de traçar estratégias e firmar parcerias, mesmo durante a pandemia da Covid-19, estão conseguindo colher resultados.
Um grupo de trabalho foi criado recentemente pela secretaria de Estado de Desenvolvimento Econômico com o objetivo de estudar mecanismos que possam favorecer a atração de mais investimentos, bem como a criação de polos industriais que aproveitem o gás natural, tanto na cadeia produtiva, como na geração de energia elétrica.
— É preciso acelerar o aproveitamento econômico do petróleo e do gás disponíveis ao mesmo tempo em que temos que promover mudanças na matriz energética do Rio, incentivando a maior participação das energias renováveis. Já estamos trabalhando nisso — avalia o secretário estadual de Desenvolvimento Econômico, Marcelo Lopes.
De acordo com Lopes, o grupo de trabalho contará com a participação de diversos agentes do mercado. “Convocaremos empresas operadoras, fornecedoras, associações e entes governamentais”, acrescentou.
De acordo com o Instituto Brasileiro de Petróleo, Gás e Biocombustíveis (IBP), a expectativa é de investimentos de US$ 10 bilhões por ano para o Brasil, sendo 90% para o Rio de Janeiro. O mercado de óleo e gás responde por 40% do PIB do estado.
Fonte: Governo do Estado RJ
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Sobre o autor

Joseli Matias

jmatias@fmanha.com.br