“O município de Campos voltou em definitivo para o mapa mundial de investimentos em energia”. A informação foi dada pelo prefeito Wladimir Garotinho durante anúncio no início de maio de que o município vai sediar o primeiro projeto de energia solar com armazenamento por baterias no Brasil, por meio do sistema off-grid, ou seja, um banco de bateria para a energia excedente, garantindo a segurança energética, item fundamental para empresas. A empresa Natural Energia é a responsável pelo projeto de mais de R$ 2 bilhões em investimentos com geração de 3 mil empregos. Nos últimos anos, Campos vem investindo em energias renováveis e ocupa a segunda posição do ranking estadual como maior produtor de energia solar, ficando atrás apenas da capital Rio de Janeiro.

O secretário de Petróleo, Energia e Inovação, Marcelo Neves, ressalta que o município segue sendo pioneiro na geração de energia, já que desde o Século XIX produz riquezas que colocam Campos na rota do desenvolvimento energético. “Nossa riqueza vem desde o século XIX com a cana-de-açúcar, matéria prima do etanol; e também é a primeira cidade da América Latina a receber iluminação pública elétrica. Depois, veio o petróleo e, agora, desponta com destaque na geração de energia renovável”, destaca Marcelo Neves, lembrando que a chegada da Natural Energia representa um incremento no setor energético.

Para Marcelo, o potencial de energia limpa já instalado no município apresenta grande crescimento, colocando Campos no rumo certo junto à demanda requisitada há tempo pelo setor da indústria, que é a questão da infraestrutura energética do município. Ele lembra que, em 2023, o que era um gargalo para Campos e região, atualmente, é um fator positivo com a abundância de energia. “Hoje, tem energia suficiente para instalação de indústrias e empresas, favorecendo o crescimento e desenvolvimento econômico de Campos e região, contribuindo para fomentar a economia e gerar empregos”.

- Campos se tornou celeiro da geração de energias renováveis, contemplando várias formas de energia limpa, como a energia solar fotovoltaica, etanol, eólica e gás metano, gerado no Centro de Tratamento de Resíduos, em Conselheiro Josino, que gera energia elétrica, que posteriormente é injetada na rede – explica o secretário de Petróleo, Energia e Inovação.

O diretor de Energia da secretaria, João Batista, lembra ainda que Campos tem condições de ser referência para o mundo em geração de energia renovável. “Os desastres naturais a nível de Brasil e de mundo têm produzido blackout energético do sistema on-grid, o que vem fazendo com que todos padeçam desse apagão de energia e desastres climáticos. A possibilidade de ter um banco de baterias é capaz de alimentar uma rede elétrica dando segurança energética para esse sistema”, explica.

Tanto o município de Campos como a região norte fluminense possuem grande potencial para investimentos em energia limpa, já que são ricos em fontes inesgotáveis de energia, seja solar, eólica ou bioenergia. O dinamismo do crescimento do uso de energia solar em Campos nos primeiros meses do ano manteve o município como a 2ª cidade fluminense na geração da energia limpa, estando em destaque em todo país, segundo informações da Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel).

- Hoje, a matriz energética mais diversificada do mundo é a da nossa região, levando em consideração que temos energia solar, eólica e bioenergia. Temos índice solarimétrico muito favorável, relevo plano, abundância de vento, podendo explorar tanto a eólica on-shore, que é a temos em terra em Gargaú, no município de São Francisco de Itabapoana; como a offshore, que é a que está em estudo para o Porto do Açu e região do Farol/Barra do Furado, além da questão da bioenergia, gerada a partir do aproveitamento de resíduos sólidos no Centro de Tratamento de Resíduos (CTR), no Aterro Sanitário de Conselheiro Josino, e do gás abundante da Bacia de Campos, catalisador de investimentos para trazer segurança energética – explica Marcelo Neves.

Segundo Marcelo, biometano - produzido no CTR possui capacidade inicial de 1 Megawatt (MW) de energia, o suficiente para abastecer 15 mil casas. “Temos uma região, extremamente rica em recursos naturais, que propiciam a geração de energia com base na sustentabilidade”, informa o secretário.
Fatores favoráveis - Ele destaca que, entre os fatores que contribuem para a instalação de empresas em uma região, abrindo caminhos para o desenvolvimento industrial, estão a segurança e diversificação energética. “Alguns aspectos são fundamentais para que uma empresa se instale no município: abundância de energia, logística — e nós temos estradas, temos o Porto do Açu no município vizinho de São João da Barra e temos aeroporto, além da aprovação de EF-118, ferrovia que vai ligar o Rio de Janeiro ao Espírito Santo”.

Marcelo Neves ressalta ainda que, por ser polo universitário e contar com instituições renomadas com cursos de formação para a área energética, haverá mão de obra especializada disponível para esse novo cenário. “Temos cursos de engenharia elétrica, eletrotécnica, técnico em manutenção elétrica, eletromecânica, entre outros. Além disso, Campos também tem uma secretaria voltada para o setor, que é a de Petróleo, Energia e Inovação”.

Atualmente, usinas fotovoltaicas estão instaladas em diferentes regiões do município, da Baixada Campista, como Goitacazes e São Sebastião, à Região Norte, como Vila Nova, Travessão, além de Santa Cruz, entre outras, gerando energia limpa. Campos vive, neste momento, o conceito da sustentabilidade com a geração de energia limpa, o que significa menor consumo de combustível fóssil e, consequentemente, redução da emissão de Gás Carbônico (CO2).

 

 

“O futuro é a energia renovável e, hoje, com várias empresas de energia solar atuando no município e o anúncio da vinda de uma empresa com armazenamento de energia nos apresenta um cenário muito promissor”. A afirmação é de Marcelo Neves ao comentar o cenário atual.

Mais energia solar e menos CO2 — De acordo com levantamento realizado pela Secretaria de Petróleo, Energia e Inovação, a evolução da potência de geração solar fotovoltaica de abril a maio atingiu 98.192kW pico e 15.363 instalações beneficiadas. No mesmo período, a energia média produzida, por mês, foi de 14.700 MWh, evitando a emissão de 565 toneladas de CO2.

Cidade mais sustentável - Outras iniciativas sustentáveis do município são a circulação de “ônibus verdes”, em fase de estudo de viabilidade técnica e econômica; a substituição de lâmpadas de vapor de sódio por LED; ampliação da malha cicloviária que, atualmente, conta mais de 60 quilômetros de ciclovias e ciclofaixas, contribuindo para o uso de bicicletas, transporte sustentável, que contribui para saúde e meio ambiente.

Dois projetos ambientais, lançados pelo prefeito Wladimir, durante a abertura da Semana do Meio Ambiente no ano passado, vão garantir uma cidade sustentável fundamentada no conceito de melhoria da qualidade vida das áreas urbanas: o Vias Verdes, que prevê o plantio de mais de 2 mil árvores em 30 vias do município, e o Parque Ecológico Urbano, que está sendo instalado em uma área de 100 mil metros quadrados que também terá um bosque com espécies da Mata Atlântica.