Uenf anuncia conclusão da segunda etapa da obra no Solar do Colégio
26/06/2025 16:07 - Atualizado em 26/06/2025 16:07
Divulgação Uenf/Foto - Cassiane Falcão
A Universidade Estadual do Norte Fluminense (Uenf), responsável pela obra do Solar do Colégio, que abriga o Arquivo Público Municipal, anunciou a conclusão da segunda etapa do trabalho de reforma e restauro no imóvel, em Campos. A etapa foi concluída e entregue, oficialmente, nesta quinta-feira (26).

A segunda etapa das intervenções compreende a instalação de uma sobrecobertura metálica para proteção de toda a área física do prédio e de seu telhado original. Com as duas primeiras já concluídas, o próximo passo (terceira etapa) é a elaboração do projeto de restauro — que vai definir, exatamente, o que deverá ser feito durante a obra (que será a quarta etapa) e o seu custo, o orçamento. A terceira etapa está em fase de licitação.

Na primeira etapa, também já concluída, foi realizada a elaboração do Termo de Referência, do Estudo Técnico Preliminar, Mapa de Risco, mapeamento da estrutura do prédio, além das demais documentações técnicas referentes à contratação da empresa para a elaboração do projeto de instalação da sobrecobertura da edificação.

Desde 2022, a Uenf é a fiel depositária de recursos que vieram do fundo da Assembleia Legislativa do Estado do Rio de Janeiro (Alerj), mediante um acordo feito entre a Alerj, a Uenf e as Prefeituras de Cabo Frio e Campos — um total de R$ 30 milhões, dos quais R$ 20 milhões destinados ao Solar do Colégio, em Campos dos Goytacazes; R$ 8 milhões ao prédio da Fazenda Campos Novos, em Cabo Frio; e R$ 2 milhões para ações da Universidade.

A reitora da Uenf, Rosana Rodrigues, disse que é com grande satisfação que a equipe da Uenf acompanha a conclusão desta segunda etapa das obras referentes ao Solar do Colégio. Ela lembra que essa estrutura representa um avanço significativo não apenas na preservação física do acervo documental e do próprio prédio em si, mas também no fortalecimento do compromisso da Universidade com o patrimônio público, a memória e a história de Campos dos Goytacazes e região.

— A sobrecobertura garante a segurança dos documentos enquanto permite o estudo das necessidades de reforma e recuperação do telhado e da restauração do prédio histórico. Mais do que uma obra de infraestrutura, essa etapa concluída faz parte do trabalho de reconhecimento do papel estratégico do Arquivo Público como espaço de pesquisa, referência e cidadania para Campos, para a região e para o país — afirma Rosana.
Obra minuciosa - Tombado pelo Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (IPHAN), desde 2001 o prédio passou a abrigar o Arquivo Público Municipal Waldir Pinto de Carvalho, importante instituição mantenedora da história e da memória regional. O conjunto formado pelo Solar e Capela do Engenho do Colégio, também conhecido como Engenho do Colégio, fazia parte da fazenda jesuítica denominada Nossa Senhora da Conceição e Santo Inácio, construída entre 1650 e 1690.

Segundo o projeto básico para contratação de obra de sobrecobertura, elaborado na primeira fase da obra, a execução da segunda etapa é “‘”de suma importância para a proteção do acervo, em caráter emergencial, e também na sequência, durante os levantamentos a serem efetuados quando da elaboração do projeto de restauração, também em vias de contratação, e ainda posteriormente durante a execução da obra de restauro a ser contratada em seguida”.

No total, as intervenções de reforma e restauro no Solar do Colégio consistem em quatro etapas.

Ainda na primeira etapa da obra, foi criada uma Comissão Técnica composta por profissionais da construção civil como engenheiros civis e projetistas para direcionamentos às principais decisões relativas à obra.

Na Uenf, a Gerência de Projetos de Engenharia (GPENG), vinculada à Prefeitura da Universidade, é o setor que acompanha todas as etapas da obra executada no Solar do Colégio. O gerente Gabriel Smiderle explica que, por tratar-se de um bem cultural, protegido legalmente pelo Iphan, o Arquivo Público possui um viés totalmente diferente do foco de uma reforma de um prédio comum.

— O principal desafio seria conseguir conciliar a preservação do ponto de vista do patrimônio histórico e, ao mesmo tempo, corrigir os problemas existentes e dar ao imóvel todas as funcionalidades necessárias. Porque a sociedade vai mudando, as normas vão mudando. E o prédio foi construído há muito tempo, quando não era necessário seguir certas normas. Por exemplo, normas de acessibilidade, que é um conceito relativamente novo. Em algumas situações é até incompatível, mas é necessário encontrar uma solução que alinhe as necessidades. E aí entra o principal desafio: encontrar esse equilíbrio entre conseguir fazer o restauro e atender a essas necessidades atuais numa construção — pontuou.
Segundo ele, a instalação da sobrecobertura tem por objetivo proteger o prédio das infiltrações que vêm ocorrendo, para que não venham a atingir nenhum material do acervo.

Quando a Uenf recebeu o desafio de conduzir as obras, tanto do Solar do Colégio (Campos) quanto da Fazenda Campos Novos (Cabo Frio), quem acompanhou todo o processo inicial foi o então reitor Raul Palacio.
Com informações da assessoria da Uenf.


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