Jair Bolsonaro é alvo de operação da Polícia Federal e deve passar a usar tornozeleira eletrônica
Hevertton Luna 18/07/2025 08:49 - Atualizado em 18/07/2025 13:52
Ex-presidente Jair Bolsonaro
Ex-presidente Jair Bolsonaro / Foto: Marcelo Camargo/ Agência Brasil
A Polícia Federal (PF) cumpre mandados contra o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) na manhã desta sexta-feira (18). Bolsonaro é investigado pelos crimes de coação no curso do processo, obstrução da Justiça e ataque à soberania nacional. Os mandados estão sendo cumpridos na casa do ex-presidente, em Brasília, e em endereços ligados ao Partido Liberal (PL), legenda de Bolsonaro. A operação é um desdobramento da investigação contra o deputado licenciado Eduardo Bolsonaro. 

Na residência de Bolsonaro,foram encontrados aproximadamente US$ 14 mil e R$ 8 mil, comunicou a PF ao STF. Ainda apreenderamcópia da petição inicial da Rumble contra o ministro do STF, Alexandre de Moraes, além de um pendrive escondido em um banheiro, que será levado para o laboratório da PF e será periciado pela polícia científica. Defesa diz que celular do ex-presidente foi apreendido.
Após colocar tornozeleira eletrônica determinada por Moraes, Bolsonaro afirmou que objetivo da operação é uma "suprema humilhação". "Nunca pensei em sair do Brasil, nunca pensei em ir para embaixada", disse.

Segundo o blog do Valdo Cruz, no G1, os investigadores da PF afirmaram que havia risco de fuga do ex-presidente.
Supremo Tribunal Federal (STF) tem maioria para manter medidas restritivas contra Bolsonaro. Além de Moraes, Cristiano Zanin e Flávio Dino, votaram a favor. O julgamento começou ao meio-dia desta sexta-feira (18) e termina na próxima segunda-feira (21).
Ele também terá de permanecer em casa entre 19h e 7h da manhã e finais de semana com o uso de tornozeleira eletrônica e sem acesso a redes sociais. Não poderá se comunicar com embaixadores e diplomatas estrangeiros (não podendo se aproximar de embaixadas), nem com outros réus e investigados pelo Supremo.

A defesa do ex-Presidente Jair Bolsonaro comentou que "recebeu com surpresa e indignação a imposição de medidas cautelares severas contra ele, que até o presente momento sempre cumpriu com todas as determinações do Poder Judiciário. A defesa irá se manifestar oportunamente, após conhecer a decisão judicial."
Inquérito contra Eduardo
O pedido foi feito pela Procuradoria-Geral da República, que concluiu pela necessidade de investigar a atuação do deputado licenciado Eduardo Bolsonaro nos Estados Unidos contra autoridades brasileiras.

Nesse contexto, a PGR citou postagens em redes sociais e entrevistas a veículos de imprensa dadas por Eduardo Bolsonaro.
Segundo a Procuradoria, desde o ano passado o deputado vem "reiteradamente e publicamente afirmando que está se dedicando a conseguir do governo dos Estados Unidos a imposição de sanções contra integrantes do Supremo Tribunal Federal".

No documento, a PGR destacou o tom intimidatório das declarações de Eduardo Bolsonaro contra agentes públicos.
Reações

O ministro do Trabalho, Luiz Marinho, comentou a decisão do STF em publicação nas redes sociais.

"TOC, TOC, TOC! Agora, um possível plano de fuga ficou mais difícil. O @STFdeterminou uso de tornozeleira eletrônica no ex-presidente golpista, e a @policiafederal já cumpriu a decisão da Justiça. Como não é uma joia das “Arábias”, não poderá ser desviada nem vendida. #AnistiaNão", escreveu Marinho.

O líder do Partido Liberal (PL) na Câmara, deputado Sóstenes Cavalcante (RJ),criticou a decisão.

“Colocaram tornozeleira em Bolsonaro. Mas não há crime, não há relatos, não há prova. Só há um ‘delito’: enfrentar o sistema”, escreveu. O deputado ainda afirmou que as restrições impostas — como a proibição de falar com embaixadores, usar redes sociais e sair de casa à noite — são uma “tentativa desesperada de calar quem ainda representa milhões”, disse Cavalcante.

Em atualização

Fonte: G1

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