Picciani, Paulo Melo e Albertassi condenados pelo TRF 2
28/03/2019 | 07h39
Em decisão unânime, a Primeira Seção Especializada do TRF2 condenou, na tarde desta quinta-feira (28), o trio de deputados estaduais do MDB Jorge Picciani, Paulo Melo e Edson Albertassi por crimes investigados na Operação Cadeia Velha - desdobramento da Lava Jato.
 Eles foram denunciados por corrupção passiva, lavagem de dinheiro e organização criminosa. Paulo Melo foi o único que não foi condenado por lavagem de dinheiro.
 Depois de ler o seu voto, Abel Gomes pediu 21 anos de prisão para Jorge Picciani; 12 anos e 10 meses para Paulo Melo; e 13 anos e 4 meses para Edson Albertassi. O voto também pede a manutenção da atual prisão preventiva. Até agora os presos já cumpriram 1 ano, 4 meses e 12 dias de pena. Os quatro membros da Turma seguiram o voto.
 Efeitos:
Jorge Picciani foi multado em R$ 11 milhões, Paulo Melo em R$ 7 milhões e Albertassi em R$ 6 milhões;
Acusados ainda podem recorrer, com embargos de declaração em relação a todos os pontos e embargos infringentes apenas em relação aos pontos divergentes, nos votos dos desembargadores;
O Tribunal manteve as prisões cautelares. Jorge Picciani é o único que fica em prisão domiciliar;
A execução provisória da sentença só acontecerá a partir do julgamento em segunda instância, que, no caso, será o STJ. A decisão também deixa os três deputados inelegíveis por 8 anos.
"Eu aceito grande parte das acusações. Não todas, mas grande parte delas. Esse é um crime de corrupção onde temos deputados, governadores, secretariados de várias pastas e parlamentares de projeção importante. Em 22 anos nós tivemos somente três pessoas ocupando o cargo de presidente da Alerj. É a cúpula do Rio de Janeiro há 22 anos recebendo pagamentos em dinheiro vivo e as vezes pagos no exterior", disse o relator Abel Gomes.
 "Picciani, Paulo Melo e Albertassi se aproveitaram de sua condição de deputados estaduais para obter benefícios pessoais. Todos os três tinham poder para frear os crimes cometidos pelo ex-governador Sérgio Cabral, mas nada fizeram, pelo contrário, blindaram o político de investigações na Alerj. Fica claro que a presente organização é muito maior do que o que vemos aqui", acrescentou o revisor do processo, o desembargador Messod Azulay.
 A decisão do TRF2 ocorre no mesmo dia em que o juiz Marcelo Bretas, da 7ª Vara Federal Criminal, condenou o empresário Jacob Barata, o Rei dos Ônibus, e mais 10 pessoas por diversos crimes apurados pela força-tarefa da Lava Jato na Operação Cadeia Velha. O processo de Picciani, Melo e Albertassi foi julgado em segunda instância porque, como deputados, eles têm foro privilegiado.
Jorge Picciani e os outros dois ex-parlamentares estão presos desde 2017
 
 
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Filhos de ex-caciques políticos do Estado não se elegem
08/10/2018 | 03h34
Filhos dos caciques políticos que dominaram o Estado do Rio nas últimas décadas foram rejeitados nas urnas na eleição de domingo.
Marco Antônio Cabral (filho do ex-governador Sérgio Cabral, preso desde novembro de 2016 e já condenado a mais de 180 anos de prisão), Leonardo Picciani (filho do presidente licenciado da Alerj, Jorge Picciani, preso desde novembro de 2017) e Danielle Cunha (filha do ex-presidente da Câmara Federal, Eduardo Cunha, preso desde outubro de 2016). Nenhum deles conseguiu uma vaga no Congresso.
 Todos os três eram candidatos a deputado federal e receberam um repasse milionário do MDB, partido dos três, para financiar as campanhas. Leonardo e Marco Antônio ganharam R$1,5 milhão,enquanto Danielle recebeu R$2 milhões, mas nem isso foi suficiente.
 Entre os três, o que chegou mais perto de conseguir uma vaga no Congresso foi Leonardo Picciani, com 38 mil votos. Marco Antônio conseguiu 19,6 mil votos, enquanto Danielle conseguiu 13 mil.
Outro
Outro que não elegeu o herdeiro foi Marcelo Crivella (PRB). Seu filho Marcelinho Crivella, também não conseguiu uma vaga na Câmara representando o Rio de Janeiro. Ele concorria pelo PRB.
 
 
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Suzy Monteiro

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