Ministro Paulo Teixeira visita terras de Cambahyba, em Campos
Rafael Khenaifes 01/08/2025 09:18 - Atualizado em 01/08/2025 18:17
Ministro Paulo Teixeira discursa em visita nas terras de Cambahyba
Ministro Paulo Teixeira discursa em visita nas terras de Cambahyba / Rafael Khenaifes
Nesta sexta-feira (1º), o ministro de Desenvolvimento Agrário e Agricultura Familiar (MDA) Paulo Teixeira visitou as terras de Cambahyba, em Campos, com o objetivo de conversar sobre a inserção das famílias que moram na região na reforma agrária, que já está em andamento. A vinda de Paulo foi um momento histórico por ser a primeira vez que um ministro da pasta vai ao local que documentou conflitos sociais.
Parte da área já está em fase de edital para seleção de 185 famílias de trabalhadores rurais que serão assentadas pelo Programa Nacional de Reforma Agrária (PNRA). O nome do assentamento será Cícero Guedes, líder do Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST) em Campos, e que foi assassinado no ano de 2013.
O ministro falou com a equipe de reportagem da Folha, ressaltando sobre o momento histórico no local, que tem diversas histórias e conflitos registrados na antiga usina. 
"É um momento histórico porque a Cambaíba foi um lugar de muitas dores. Um lugar com muita mão de obra escravizada da África até a abolição. Depois, aqui, ela foi desapropriada por utilização de trabalho análogo escravo nos nossos tempos, por crimes ambientais e por improdutividade e não cumprir a função social da propriedade. Aqui também foram incinerados 12 corpos de opositores do regime militar e aqui também mataram o Cícero Guedes, líder do MST. É uma terra de muitas chagas e a gente espera agora que, com esse assentamento, seja uma terra de muitas esperanças, que o povo progrida, que tenha aqui alegria e que possa superar esse tempo de tantos traumas e chagas que esse local tem e agora ser um momento novo de produzir alimentos saudáveis pro povo que mora aqui em Campos e na região", disse Paulo Teixeira. 
Rafael Khenaifes


Segundo o Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária (Incra), o território foi desapropriado em 2021, por meio de Decreto Presidencial, que considerou as terras improdutivas por não cumprirem a função social. 
"Hoje a gente tem cinco decretos do presidente Lula para retomar a reforma agrária. Ele retomou o crédito instalação, ele colocou valores significativos para que a gente possa ter uma casa digna para cada família sentada. Hoje, o valor de 75000 BRL corrigido pelo valor da caixa. Nós temos créditos que vocês vão passar a assumir. Para organizar o lote de vocês que são créditos de apoio inicial, todos eles, apoio inicial, fomento para que vocês possam estruturar a produção. Eu acho que a gente tem que assumir o compromisso de discutir com cada um de vocês", explica o presidente do Incra, César Aldrighi.
Presidente do Incra, César Aldrighi
Presidente do Incra, César Aldrighi / Rafael Khenaifes
Wanderley Laurindo Coutinho, presidente da associação de Saquarema e Flora no complexo Cambaíba, comentou sobre os mais de 20 anos de luta.
"Aqui possui um histórico de violência. Tenho certeza que os nossos governantes vão fazer a coisa certa para acabar com os conflitos, dar a terra para as famílias que estão nesta luta há aproximadamente 26 anos aqui nessa região. A prioridade são essas famílias e, então, eu deixo a minha palavra para que isso possa se resolver da melhor maneira possível", ressaltou.

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