Maestro Ethmar Filho - Uma grande Maestrina Finlandesa
*Maestro Ethmar Filho 29/05/2025 17:37 - Atualizado em 29/05/2025 17:36



Amigos músicos que leem a minha coluna, vieram queixar-se comigo, de uma forma muito justa por sinal, que eu só escrevia sobre a vida de maestros homens, embora os mais famosos. Nenhuma preferência não. Aqui vai, para eles, algumas performances da agraciada e reconhecida mundialmente Emilia Holving, a maestrina finlandesa que vem fazendo muito sucesso em concertos pelo mundo todo.

Vencedora do prêmio da crítica finlandesa 2021 como Revelação nas Artes, Emilia Hoving (nascida em 1994) emergiu como uma das jovens maestrinas finlandesas mais empolgantes da atualidade. Os cargos de Hoving como assistente de Hannu Lintu na Rádio Finlandesa (2019) e de Mikko Franck na Rádio França (2020-22) levaram a avanços significativos que a catapultaram para a próxima etapa da sua carreira. Ela se apresentou, internacionalmente, com orquestras como a Filarmónica Real de Estocolmo, a Filarmónica do Luxemburgo e a Sinfónica da Islândia, bem como a Filarmónica de Helsínque. Na última temporada, atuou pela primeira vez na Wiener Konzerthaus e fez a sua estreia na Alemanha como assistente da Orquestra Filarmônica da Rádio França.

No verão de 2022, fez a sua estreia em Tóquio no Suntory Hall, regendo a Orquestra Sinfónica Yomiuri Nippon e, no Reino Unido, regendo a Philharmonia no Three Choirs Festival. Em 2022/23, regeu a BBC Symphony, a Royal Liverpool Philharmonic e se apresentou no Newbury Festival com a BBC National Orchestra of Wales. Ela também tocou no Adelaide Festival e com a Munich Chamber, sendo convidada para a Borusan Symphony (Istambul), Lausanne Chamber, Opera de Rouen e a Kitchener-Waterloo Symphony. A Royal Stockholm Philharmonic, ela regeu na cerimónia de entrega do Prémio Nobel, televisionada e transmitida ao vivo em todo o mundo.

Emilia estudou na Academia Sibelius em Helsínque com os professores Sakari Oramo e Atso Almila, tendo começado os seus estudos de direção em 2015 com Jorma Panula. Anteriormente, estudou piano (desde os 6 anos), clarinete e violoncelo.

Emilia Hoving amealhou importantes críticas a respeito de seu trabalho: “Hoving é uma maestrina em ascensão, e por um bom motivo. Ela possui uma técnica de regência altamente precisa, refinada e inventiva, que combina respirabilidade e leveza com potência” disse sobre ela o crítico Turku Sanomat, em abril de 2024. “Uma performance brilhante, memorável por sua paixão e dramaticidade… uma regência autoritária, que extraiu todo o caráter e charme de cada obra e encorajou as melhores performances dos músicos. Com menos de 30 anos, Hoving tem uma carreira brilhante em perspectiva”, também acentuou a Limelight Magazine, em março de 2023. Já firmemente estabelecida em toda a Europa, em 24/25 Hoving retorna para reger a Orquestra Filarmônica Real de Estocolmo, a Filarmônica de Helsinque, a Orquestra Nacional da BBC de Gales, a Rádio Norueguesa, a Sinfônica de Malmo e a Sinfônica de Adelaide, todas em suas séries principais. Ela regeu a Filarmônica de Estrasburgo, a Nacional Belga, a Sinfônica de Trondheim, a Sinfônica de Stavanger, a Nacional Real Escocesa, a Orquestra de Castela e Leão, a Sinfônica da Tasmânia e a Filarmônica da Rádio Neerlandesa (no Concertgebouw), todas pela primeira vez. Os destaques dos últimos meses incluem sua estreia com a Orquestra Filarmônica da Rádio França e suas primeiras visitas à Sinfônica da BBC, à Filarmônica Real, à Orquestra Tonkunstler de Viena, à Sinfônica de Tenerife e à Sinfônica da Rádio Sueca. Tocou na Austrália no Festival de Adelaide em 2023, regendo a estreia local de "Procession", de Missy Mazzoli. No mesmo ano, apresentou-se no Avanti Summer Sounds Festival de 2023 e rege regularmente obras de compositores vivos (especialmente finlandeses). Em outubro de 2024, regeu a Orquestra Sinfônica Escocesa da BBC no prestigiado festival Nordic Music Days, em Glasgow, e está intimamente envolvida com o projeto em andamento da Filarmônica de Helsinque para reviver obras de compositores finlandeses negligenciados do século passado. Nesta temporada, ela também faz sua estreia no palco principal da ópera, regendo várias apresentações da Flauta Mágica para a Ópera Norte e importantes peças de Dvorak.

Para os que não sabem, inspirado por cânticos espirituais e música nativa americana, Dvorak compôs sua célebre Sinfonia nº 9 nos EUA. A então requisitada Emilia Hoving também regeu a Orquestra Sinfônica de Gottemburgo, em 2024, neste concerto. O fascínio pela música folclórica e um alto salário foram os fatores decisivos para a mudança do aventureiro Dvorak com a família para Nova York em 1892. Ele havia sido contratado pelo Conservatório Nacional de Música da América, uma nova escola de composição para música americana. Quando Dvorak compôs sua Sinfonia do Novo Mundo em 1893, a inspiração veio dos cânticos espirituais e da música dos nativos americanos. As planícies ondulantes de Iowa, que Dvorak visitou, e as montanhas da Boêmia, em sua terra natal, podem ser sentidas no solo de trompa inglesa do movimento Largo. Seu clima épico tornou esta sinfonia uma das mais amadas do mundo e Emília Hoving uma das maestrinas mais importantes do planeta.

*Mestre e Doutorando em Cognição *e Linguagem pela UENF, regente de corais e de orquestras sinfônicas há 25 anos.

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